Sempre me
chamou a atenção a interpretação do trecho evangélico que se refere à tentação
de Jesus. E sabe por quê? O significado da palavra tentação é: (...) disposição
de ânimo para a prática de coisas diferentes ou censuráveis (Dicionário Novo Aurélio Século XXI). Então, como
entender que Jesus tenha sido tentado?
O espírito Emmanuel,
no livro A Caminho da Luz, refere-se a
Cristo como membro divino de uma
Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo. Essa
informação por si só bastaria para solapar a tentativa de qualquer agente das
trevas, ainda que dotado de uma inteligência e poder incomuns, de oferecer algo
de que o Divino Mensageiro já não fosse dono e senhor.
Alguns
objetarão que o Senhor se fez homem, aqui no planeta, com as limitações e
necessidades comuns aos homens vulgares a fim de que a lição fosse mais bem
assimilada; para que as criaturas observassem seu exemplo e se sentissem
capazes e/ou estimuladas a fazerem o mesmo, copiando-lhe os exemplos.
Que o Divino
Amigo tenha se utilizado de um corpo com as mesmas características que o corpo
do homem comum é questionável para alguns. No meu entender não é passível de dúvidas,
conquanto o espírito a vitalizar aquele
corpo, sendo de uma envergadura inexprimível para nós outros, fazia toda a
diferença. Para clarear a ideia diremos que o corpo físico era semelhante ao
nosso, mas direcionado por um espírito superior.
Entendo que as
situações pelas quais Jesus passou de forma alguma podem ser consideradas como
provas, mas sim como exemplo de quem também foi criado simples e ignorante e
conquistou com esforço próprio – em linha reta – o mais alto nível de evolução que nós podemos imaginar . Sendo
modelo e guia da humanidade, nenhum outro se lhe assemelha em estatura moral.
Imaginar que
Jesus tenha cogitado de poderes temporais, tenha desejado acelerar a marcha do
progresso moral dos homens violentando consciências insipientes, tenha se
sentido abandonado ou amedrontado em qualquer situação é olvidar ou ignorar que
esse espírito participou ativamente da formação do planeta, há aproximadamente 5
bilhões de anos, e que é considerado governador planetário, ou seja, seus
interesses estão muito além de tudo que podemos supor.
Alguns
arquearão as sobrancelhas ao lerem estas informações. Podemos, então, fazer uma
comparação entre Jesus e Estevão, um dos primeiros mártires do cristianismo
nascente. Quando lapidado por ordem de Saulo de Tarso, na agonia do desenlace
físico, pede a Jesus, que vem em seu socorro, que não imputasse mais um erro
àquele que ficaria conhecido como “Convertido de Damasco”. Seria Estêvão um
espírito superior ao Cristo? Muitos outros espíritos que se reencarnaram no
planeta Terra passaram por grandes testemunhos sem murmurar. Teriam sido
criaturas dotadas de mais fortaleza moral que Jesus?
Sim, Jesus
passou por muitas situações difíceis, do nosso ponto de vista, unicamente para
nos ensinar que também podemos triunfar das inúmeras tentações que nos espreitam
os passos.
Medo,
inconformação, dúvida, desânimo, não constam do perfil desse Mensageiro de
Deus.
Por fim, direi
apenas que raciocinando sobre essas e outras passagens do Evangelho chego à
conclusão que da mesma forma como o professor universitário não renuncia a tudo
o que aprendeu – ou seja, não se faz criança novamente - para ensinar as primeiras
letras às crianças das séries iniciais, procurando traduzir seu conhecimento em
linguagem acessível aos infantes, Jesus, o irmão maior, não se fez espiritualmente
homem para trazer palavras de vida eterna e exemplos imorredouros. A
roupa de carne estava de acordo com a matéria do orbe, mas o espírito se manteve
inalterável, pois que veio do futuro em toda a sua glória.
Muita paz!
Rita Mercês Minghin
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