“O
homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera.” Carl Gustav Jung, psicanalista suíço
Acostumados a ativar mecanismos de defesa física e psicológica perante a
dor, olvidamos sua função divina.
A esse
respeito, o eminente psicanalista, Jung proclamou: “O homem que não atravessa o
inferno de suas paixões também não as supera”, sinalizando, assim, que todas as
ocorrências devem convergir para a edificação do bem no homem.
No entanto,
instados por crenças castradoras, grande parte das criaturas se demora entre o
arrependimento e a culpa, desprezando oportunidades de aprendizagem e superação,
conjunto esse indispensável na construção da felicidade, conforme estudos de neurociência da atualidade.
A título
de exemplificação da fala de Jung, lembremos a parábola do filho pródigo,
contada por Jesus: Um homem tinha dois filhos, o mais novo, um dia, pediu sua
parte da herança e, partindo se entregou a todos os vícios, numa exacerbação
dos sentidos mais grosseiros.
Em pouco tempo, exaurido e arrependido, entra
num processo de culpa, punindo-se, expressão muito bem definida por Jesus ao
explicar-lhe o estado de espírito: “...e foi viver com os porcos”.
Desiludido
e sob o impulso da dor , lembra-se do pai e como seus servos lá viviam, quebra
o ciclo de culpa/recompensa, supera o orgulho e a vaidade e entende fazer o
caminho de volta à casa paterna, agora sim, num mecanismo de autoamor.
Esse
retorno expressa o “atravessar das paixões”, do qual Jung nos fala.
Mais
experiente pôde, então, discernir e fazer a escolha mais adequada às suas
necessidades. A partir daquele momento já não mais fazia sentido gozar à larga
o sofrimento e a dor mas, utilizar-se
desses instrumentos como estímulo bendito na conquista de si mesmo.
A proposta
deste artigo, obviamente, não é fazer apologia à dor, antes e ao contrário, é
inspirar por meio das luzes da filosofia espírita o espírito espírita ou não,
a alcançar a liberdade de consciência,
responsabilizando-se por suas escolhas e lembrando-se sempre de que o pai da
parábola representa Deus e a sua incessante capacidade de ofertar-nos renovadas
oportunidades de elevação.
Muita paz!
Rita Mercês Minghin
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