quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

O Inferno das Paixões



“O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera.”  Carl Gustav Jung, psicanalista suíço

       Acostumados a ativar mecanismos de defesa física e psicológica perante a dor, olvidamos sua função divina.
      A esse respeito, o eminente psicanalista, Jung proclamou: “O homem que não atravessa o inferno de suas paixões também não as supera”, sinalizando, assim, que todas as ocorrências devem convergir para a edificação do bem no homem.
     No entanto, instados por crenças castradoras, grande parte das criaturas se demora entre o arrependimento e a culpa, desprezando oportunidades de aprendizagem e superação, conjunto esse indispensável na construção da felicidade, conforme estudos  de neurociência da atualidade.
      A título de exemplificação da fala de Jung, lembremos a parábola do filho pródigo, contada por Jesus: Um homem tinha dois filhos, o mais novo, um dia, pediu sua parte da herança e, partindo se entregou a todos os vícios, numa exacerbação dos sentidos mais grosseiros.
      Em pouco tempo, exaurido e arrependido, entra num processo de culpa, punindo-se, expressão muito bem definida por Jesus ao explicar-lhe o estado de espírito: “...e foi viver com os porcos”.
     Desiludido e sob o impulso da dor , lembra-se do pai e como seus servos lá viviam, quebra o ciclo de culpa/recompensa, supera o orgulho e a vaidade e entende fazer o caminho de volta à casa paterna, agora sim, num mecanismo de autoamor.
     Esse retorno expressa o “atravessar das paixões”, do qual Jung nos fala.
     Mais experiente pôde, então, discernir e fazer a escolha mais adequada às suas necessidades. A partir daquele momento já não mais fazia sentido gozar à larga o sofrimento e a dor  mas, utilizar-se desses instrumentos como estímulo bendito na conquista de si mesmo.
     A proposta deste artigo, obviamente, não é fazer apologia à dor, antes e ao contrário, é inspirar por meio das luzes da filosofia espírita o espírito espírita ou não, a  alcançar a liberdade de consciência, responsabilizando-se por suas escolhas e lembrando-se sempre de que o pai da parábola representa Deus e a sua incessante capacidade de ofertar-nos renovadas oportunidades de elevação.
     Muita paz!



Rita Mercês Minghin 

Nenhum comentário:

Postar um comentário